Alitta: A voz negra e trans que revoluciona os palcos brasileiros e internacionais
A multiartista Alitta, negra e trans, rompe barreiras no teatro e expande sua influência no cenário artístico. Após conquistar o título de Best Performance no Festival Radikal Jung, em Munique, com o espetáculo A Noiva e o Boa Noite Cinderela, em turnê por cidades como Paris, Antuérpia e Varsóvia, Alitta tornou-se a primeira pessoa trans a ter um texto publicado pela renomada editora francesa Les Solitaires Intempestifs.
A trajetória de Alitta é marcada por um pioneirismo significativo no Brasil.
Nascida e criada na Favela da Rocinha, no Rio de Janeiro, ela carrega a realidade das periferias em sua arte, que abraça o funk e o teatro, promovendo inclusão e representatividade. Em 2022, sua interpretação de Nara Leão no espetáculo Chega de Saudade!, com direção de Marco André Nunes e texto de Pedro Kosovski, a consagrou como a primeira mulher trans e negra indicada ao Prêmio Shell de Melhor Atriz, um marco inédito que reflete a força e resiliência de sua arte em prol de uma sociedade mais plural.
“Tudo o que conquistei é resultado de uma luta coletiva. As mulheres trans negras do passado abriram o caminho para que eu pudesse ser pioneira hoje, e agora eu estou pavimentando os caminhos para a próxima geração”, afirma.
Em 2025, a artista inicia uma nova fase, retomando suas raízes no funk sob o nome artístico de Alitta, deixando para trás o pseudônimo Blackyva. A mudança consolida sua identidade e reafirma seu papel como ícone da cultura Ballroom e voz ativa contra o racismo e a transfobia, que ainda marcam a sociedade.
Sobre Alitta no Teatro
Alitta, atriz e artista multifacetada, estreou em 2017 com o aclamado espetáculo “Balé Ralé”, dirigido por Dadado no Sesc Copacabana. Desde então, tem se destacado em diversas produções, como “A Tragédia e a Comédia da América Latina” no Teatro Municipal do Rio de Janeiro e “Selvageria”, ambos sob a direção de Felipe Hirsch. Em 2018, participou do Festival Cena Brasil Internacional com “Lobo” e consolidou sua carreira na terceira temporada de “Balé Ralé”.
Além de suas atuações teatrais, Alitta se aventurou no universo musical, formando o grupo MADE IN QUEBRADA, com o qual se apresentou em importantes festivais da Bahia.
Em 2019, participou de “Antes que a definitiva noite se espalhe” e “FIM”, também dirigidos por Felipe Hirsch. Sua presença marcante na cena cultural continuou com a participação no SofarSound RJ e a preparação de seu primeiro trabalho solo musical.
Nos anos seguintes, Alitta se dedicou à escrita e à dramaturgia, além de atuar em programas beneficentes e dirigir seu primeiro filme, “The Face of Ball”. Em 2022 e 2023, sua atuação em “Chega de Saudades” rendeu duas indicações ao Prêmio Shell. Em 2023, deu início à turnê do espetáculo “A Noiva e o Boa Noite Cinderela”, que a levou a diversos festivais internacionais.