A militante, artista e mãe Ana Laura Preta acaba de lançar o single FAVELA SOU, um manifesto e grito das periferias. A canção é autoral e foi produzida por várias mãos, entre elas a Rede Emancipa de Educação Popular. O bet ficou por conta do DJ Tigone, artista do Grajaú e idealizador do Graja Groove, já a masterização ficou por conta de Lindemberg Oliveira.

Foto: Divulgação

O ritmo musical é um misto de sons afros e funk e as rimas fortes são um espetáculo à parte e expressam algumas verdades presentes na vida periférica, como “Nosso Luto é Luta”,”Educação derruba mitos e a perifa faz o show”, “A Quebrada é Povo Que Tem Poder”, entre outras. “Compus logo depois dos atos por justiça para Geordy Floyd”, afirma Ana Laura.

O vídeo conta com participações que vão desde a mãe da artista, Rosana Christian que é uma professora combativa; Maria da Paz, liderança de ocupações no Grajaú; Jess, que é trans não binária, Maria Cristina Quirino, mãe que luta contra a violência policial; Luana Alves, vereadora de São Paulo pelo PSOL, entre muitas outras mulheres. “Participaram mulheres que são grandes referências para mim, com uma relação que vai desde a militância a familiar. Todas as participantes são minhas amigas de luta”.

“A canção é um grito de luta e avisa que agora é a vez das periferias. A intenção é mostrar que o povo preto e periférico tem muito a oferecer, seja com arte, conhecimento, trabalho e história de vida. A periferia é o centro e as mães pretas são o futuro. Nosso povo organizado pode superar o que tem de pior no mundo. EDUCAÇÃO POPULAR MUDA VIDAS E DERRUBA MITOS”, finaliza Ana Laura.

Mais Sobre Ana Laura:

“Vontade de mudar as coisas” é assim que Ana Laura Cardoso Oliveira, de 28 anos e mãe de dois filhos pequenos, define seu objetivo de vida.

O início na vida política começou há mais de 10 anos, mais precisamente em 2011, quando ingressou no cursinho popular Chico Mendes, da Rede Emancipa. Mas foi somente dois anos depois que foi compreender todo o seu potencial político. “Mesmo tendo começado no cursinho, só fui me entender na política após a manifestação de junho 2013 , me filiando ao PSOL em 2014, após as eleições em que a Luciana Genro se tornou grande referência nacional “, afirma.

Ana Laura afirma que é militante do movimento popular cultural e periférico , do movimento negro e feminista. “Sou das quebradas, sou cria de Itapevi, mas circulou pelas periferias da zona oeste à zona sul de São Paulo”.

Em sua trajetória já atuou em diversas frentes, entre elas no movimento de juventude com estudantes secundaristas, participou das ocupações das escolas em 2015, atuou construção de saraus nas praças de Itapevi, Além disso, é chefe de gabinete no mandato da vereadora Luana Alves, de São Paulo , e integra o coletivo feminista Juntas.

Consciente de que em 2022 o país terá uma eleição histórica, tanto no âmbito federal como no estadual, sabe que não será fácil eleger um grupo de mulheres negras e vindas de regiões periféricas. “Será necessário combater ilusões e enfrentar o que há de pior na política: o fascismo. Mas podemos e devemos ter esperança”, indaga. “As mulheres foram as mais atingidas com a pandemia, as mães as que mais sofreram sem espaço para suas crianças, as pretas as que mais morreram e as que mais cuidaram, por isso nossa luta é pela vida, educação, cultura e pela nossa verdadeira história”, finaliza.

Link vídeoclipe: https://www.youtube.com/watch?v=5BSlFL1rdS0