PERFIL: Victor Dantas – Recomeço! 2022

O Perfil de hoje é do cantor, compositor e ator Victor Dantas, que conta um pouco da sua história, no mesmo período de lançamento do mais novo single “Reset”, e fala sobre a produção do clipe gravado no Brasil.

Desde pequeno Victor adorava imitar os cantores que via por aí, sempre cantando e alegrando tudo ao seu redor. O tempo foi passando e o amor pela música cresceu junto. Um dia um de seus melhores amigos chegou com um um violão de presente, e com muito esforço, internet e Youtube, Dantas aprendeu a tocar e começou a se aprofundar na música. Além disso, percebeu que conseguia tirar muitas notas e melodias de ouvido. No futuro descobriu que nem todos conseguiam, isso o ajudou bastante.

Aos 14 anos Victor Dantas começou a compor suas primeiras músicas em português, inspirado na clássica Legião Urbana. Ainda não acreditando no potencial que tinha para seguir carreira, após sua mudança para Suíça (2015), começou as aulas de canto e não parou mais. Começou cantando em festas para os amigos e se aventurou por bares e outros locais, levantando uma grana com isso.

Tudo começou a mudar em Jam Session, no Montreux Jazz Festival, um lendário festival de música, realizado todo ano na Suíça. Um produtor gostou do que viu e após algumas conversas Victor começou a frequentar estúdios e trabalhar nas primeiras músicas, mas pela falta de experiência, as coisas não caminharam muito.

Depois de cair nas mãos de um produtor brasileiro, que já trabalhava com outros artistas conhecidos por aqui, Victor também não seguiu com o projeto, apesar de começar a soltar as primeiras músicas em 2018, por falta de profissionalismo do produtor.

Depois disso, quando as coisas pareciam que iam se acertar de um jeito ou de outro, as coisas se complicaram e Victor passou por um dos piores momentos de sua vida.

No caminho de casa, após a edição do Montreux Jazz Festival 2019, Victor foi agredido gratuitamente por 8 pessoas, e levou uma facada que o deixou no fundo do poço. Abandonou a música, cortou relacionamentos, parou de dar aulas de Karatê, e deixou de lado todos os projetos que tinha em mente. A depressão chegou.

Mas esse também foi o período em que Dantas começou a escrever “Reset”, o título do som lançado em 15 de julho, com clipe oficial lançado hoje (18/07), que você pode conferir aqui.

Mais uma vez, em 2020, Victor tentou recomeçar em parceria com um amigo, que decidiu não seguir profissionalmente na música. Mas Reset é isso, é começar de novo. É seguir e não desistir enquanto for possível.

Desde então Victor montou um estúdio em casa com ajuda dos amigos, começou a estudar e se dedicar a entender como funciona tudo que é necessário para trabalhar na sua arte.

O produtor suíço/americano, Nick Kauffman, engenheiro de mixagem e fundador do Downfall Studios em Los Angeles, Califórnia, chegou para somar ao trabalho realizado por Victor com “Reset” e produziu o som. Além da música de estúdio, como citado antes, também foi gravado o clipe aqui no Brasil, dirigido pelo artista e videomaker Gabriel Muniz (Setti).

“Eu escolhi o Brasil para gravar RESET por ser o lugar que eu viajei logo após o trauma que eu passei na Suíça. Queria estar perto da minha família onde eu pudesse beber mais da fonte e me resetar em todos os sentidos. A escolha dos locais para a captação do clipe foi um trabalho em conjunto com o Gabriel Muniz. Eu queria um clipe mais poético, com árvores e neblina. Meio que me inspirei no clipe do Tiago Iorc “Mais bonito não há”, Harry Styles “Sign of the times, e “Tom Odell – I know”, comenta Victor.

E como é viver na Suíça?

“A vida artística na Suíça é muito complicada. Porque a Suíça é bem fechada com isso. Sinto muito o capitalismo aqui. Sempre mais, o trabalho, muita pressão pra ter mais resultados. Você não tem tempo pra viver. Para fazer o que você gosta no cotidiano. Por outro lado, é muito seguro e a qualidade de vida é muito boa. Foi difícil me adaptar no começo, mas quase 10 anos após eu vir pra cá, já me sinto integrado na cultura”, finaliza Victor.

Para o futuro, Dantas pretende lançar um EP e fazer sua música alcançar todos os cantos do mundo, apesar do algoritmo das redes sociais serem tão cruéis com quem trabalha com artes e cultura hoje em dia.